sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Para ti, Diogo

Mais para o fim do dia, faz 2 aninhos que ainda a caminho da maternidade vi o teu rostinho pela primeira vez,
- Oh! Tão lindo!- Disse eu, com os sininhos todos a tocar cá dentro, entre sorrisos e lágrimas de emoção...
Quando lá cheguei dormias serenamente... A certa altura o teu papá  colocou-te no meu colo, e nesse momento de grande emoção, o imperioso desejo de te proteger, quase me provocou  medo de não saber segurar-te bem...
Eu avó... tu o meu netinho querido... o meu amor mais pequenino... 
Também nesse momento pensei com alguma dor na alma... neto de uma avó só... impossibilitado de ter outros mimos que garanto seriam enormes...
Agora, em comparação com esse dia estás quase um homenzinho, que já fala comigo, já me chama para brincar, ou para te cuidar e até já me desafias a ver se eu sou mais permissiva que os teus papás... Nisso não tens muita sorte, porque eu não quero de forma alguma estragar a maravilhosa educação que eles te querem transmitir. Esta é uma das facetas do meu amor por ti, querendo que aquilo que é mais difícil, seja interiorizado mais depressa, sem que fiques confuso.
As outras facetas do meu amor por ti são estar aqui de coração cheio e braços abertos para te dar tudo aquilo que puder.
Ultimamente já dizes o meu nome e o meu coração quase me cavalga no peito cada vez que te ouço chamar-me : Avó Isa, avó Isa, avó Isa...
Nem sempre é fácil acompanhar-te nesse teu ritmo acelerado, mas o amor tem destas coisas... faz milagres e eu, de pé, sentada no chão, ou quase de gatas, lá vou acompanhando as tuas brincadeiras... 
Sei que há-de chegar a noite para restabelecer energias... :)
Para ti, meu anjinho, meu amor mais pequenino só peço que Deus/a Vida te vá indicando sempre o melhor caminho, para que aprendas a fazer as tuas escolhas, de modo a que alcances aquilo que todo o ser humano deve alcançar: Um percurso de Vida Feliz, onde nunca falte a Paz e o Amor! <3 


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O meu despertar

Hoje acordei e senti vontade de olhar para dentro... Olhar lá bem fundo...
Há tempos que não o fazia. Embrenhada nos meus múltiplos afazeres e preenchida pelos momentos de partilha de afetos, não tenho tido oportunidade, ou talvez mais necessidade de olhar no fundo de mim, de me sentir, de sentir o funcionamento do meu corpo.
Hoje mal despertei e talvez porque algo deu sinal, entreguei-me a essa viagem que é sempre proveitosa.
Quando viajo através de mim, saio sempre reforçada e apaziguada.
Comecei por respirar fundo, como se isso me servisse de combustível para a minha caminhada.
Fui directa ao coração, que será sempre o centro da vida que corre em mim. Senti-o bater a um compasso um pouco mais acelerado que é habitual e senti que de um qualquer dos seus cantos vinha uma ligeira pontada, um não sei quê que o fazia bater assim, de um modo meio descompassado.
Soube que teria que fazer  a viagem de sempre, aquela viagem longa que por vezes é dolorosa. Há muito que perdi o medo de a fazer, porque sei que só olhando de frente as situações, tomando consciência delas e aceitando aquilo que é, podemos restaurar o equilíbrio e a paz.
Mais uma vez respirei fundo e fiz-me à jornada, vasculhando cada um dos múltiplos compartimentos do meu coração.
 A mente quis ajudar, mas eu já sei que ela só me confunde e decidi deixá-la de fora. Ela como sempre, só me sabe dizer : Eu não te dizia!
Durante tantos anos ela dominou-me, minando-me com o medo da perda.
- Não queiras, não te entregues! Um dia vais perder!
Hoje tenho consciência que tudo termina, mas decidi que não é por isso que não aceitarei as coisas e as pessoas enquanto tiver oportunidade de as ter por empréstimo, durante o tempo que Deus/a Vida permitir.
Olhando bem fundo, descobri, como aliás sempre acontece a causa do bater descompassado do meu coração e soube que mais uma vez a causa era mais do passado que do presente e isso veio reestabelecer parte do meu equilíbrio e da minha paz. 
A mente ainda me tentou repetir: Eu não te dizia!
Mas eu sorri-lhe, com um brilho húmido no olhar e disse-lhe: Não é  a mesma coisa, minha querida... É muito diferente, muito diferente... Não é perda... É só um até logo... um até daqui a um tempinho... :) 
Voltei a respirar fundo, agora sem dor e regressei ao mundo que me esperava cá fora, com uma imensidão de coisas belas para ver, ouvir e sentir, cheio de  gente que posso amar de um modo geral e de corações que amo de forma especial e com milhentas coisas que eu posso fazer, que me enchem o peito de alegria e amor.
Estas viagens que faço ao meu interior profundo são sempre abençoadas! :)