terça-feira, 19 de agosto de 2014

Desafio - Vencer o Medo

Mais uma vez decidi abrir aqui um cantinho de mim, com o intuito de mostrar que sempre é possível ultrapassar barreiras e vencer medos.
A maior parte das barreiras têm a ver com  falta de auto-estima e quase todos os medos, não são reais, são psicológicos e estão ligados a traumas da infância, ou segundo alguns pensadores, de vidas passadas.
Medo real é aquele que sentimos no exacto momento em que alguma coisa que nos assusta está a acontecer, tal como acontece com os animais. Se eu correr atrás de um animal para o apanhar, ele corre assustado. Se for na rua e alguém me perseguir, ou se um carro vier na minha direcção, eu assusto-me e sinto medo. Esse é o verdadeiro medo. Mas se eu deixar de sair com medo de ser perseguida ou se deixar de conduzir com medo de outro carro vir na minha direcção, esse medo não é real, vem da mente.
Durante imensos anos a minha auto-estima andou por baixo e eu considerava-me tão pouco que só acreditei que um dia alguém ia amar-me, quando uma rapariga que até aos meus olhos era ainda menos dotada de beleza que eu, se casou...
Só consegui acreditar que seria capaz de tirar a carta de condução, porque um rapaz que eu achava que tinha um  nível de inteligência ainda menor que o meu, o tinha conseguido.
Para ultrapassar parte dos meus medos e para me fazer acreditar que eu tinha qualidades tive ao meu lado o meu companheiro de uma vida, que sempre sabia qual o botão certo a apertar para me trazer à realidade. Não sei como, mas ele tinha uma técnica infalível para me trazer à tona da água.
Digo isto, porque para superarmos os nossos medos, vencermos as nossas barreiras, é importante que alguém nos dê a mão e nos faça ver aquilo que sozinhos não somos capazes, no entanto a força tem que vir de nós. 
Assim fui a pouco e pouco ganhando alguma confiança, apesar da insegurança se manter em algumas situações.
Destas destaco a condução, ou mais propriamente o medo de me perder. Este medo tem sido difícil de superar. Acredito que não seja apenas uma batalha a vencer, mas uma guerra. Mas estou pronta para travar as batalhas que forem necessárias. Não vou pensar no final, vou focar-me em cada batalha e vou orgulhar-me com cada vitória. 
Ultimamente algumas situações de vida têm-me empurrado para novos desafios neste sentido e eu não tenho fugido a nenhum.
Já descobri que basta silenciar a mente que me assusta e ficar completamente presente para tudo ficar mais fácil. Como o meu marido dizia: as estradas têm placas! 
Como a minha filha costuma dizer: as coisas estão preparadas para pessoas normais e não para super-cérebros... 
Outra técnica que uso é falar comigo mesma: Luisinha, vai ser fácil. Fica atenta, só tens que usar a tua inteligência. Vai tudo correr bem! Por que não há-de correr? Tu não fazes mal a ninguém, a Vida está do teu lado... (Gosto de me chamar de Luisinha. Desta forma falo com a criança amedrontada que está lá dentro)
Com isto acalmo-me e vou conseguindo chegar ao meu destino. No final a alegria que sinto pela prova superada é enorme. 
Há tempos tentei descobrir a origem deste medo, pois esse é meio caminho andado para a cura.
Recuei no tempo e lembrei-me de uma Luísa sem medos, confiante, alegre... 
Recordei depois algumas situações traumáticas na minha infância em que andei perdida por mais que uma vez e se for ainda mais atrás, há a situação que não me posso recordar, mas deve ter ficado registada dentro de mim, o facto de ter ficado privada do conforto materno entre os 5 dias de idade e os 4 meses.  
Também na minha pré-adolescência me fizeram acreditar que eu não tinha qualidades, apenas defeitos. Senti-me posta de parte...
Recordo a ansiedade que se apoderava de mim sempre que tinha que falar para um grupo de pessoas, a boca secava e a minha voz soava longe, como se não fosse eu que estivesse a falar... Prejudiquei-me nos estudos pelo medo de falar, porque achava que o que ia dizer seria um disparate... 
Para agradar aos outros cheguei a representar um papel que ficava para além daquilo que eu sentia ou pensava...
Julgo que estas são razões mais que suficientes para o medo de me ver perdida e abandonada e a falta de auto-estima que me perseguiu durante muitos anos. 
Olhando para dentro, sinto que as maiores barreiras foram demolidas. Restam alguns muros que irei transpondo a pouco e pouco, quando for necessário, com calma, sem pressões.
Hoje gosto de ser como sou, apesar de querer muito vencer os medos que ainda me atentam. Deixei de me sentir obrigada a agradar aos outros e só faço aquilo que o coração me dita.
Sinto que sou abençoada pela Vida que me deu as armas para travar as batalhas necessárias e tenho do meu lado pessoas que me incentivam e mostram apreciar a minha forma de ser e de estar. 
Tive também a benção do meu coração se voltar a abrir para alguém que valoriza e acredita na minha força e na minha coragem e me estimula para que enfrente todos os desafios. 

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Felicidade

Hoje posso dizer que vivo quase em permanente estado de Felicidade! 
Sinto que não corri atrás de nada para me sentir assim, julgo que mudei apenas a minha forma de ver as situações de vida. 
Durante muitos anos vivi meio cega, desvalorizando aquilo que tinha. Depois de um tempo de estagnação e sofrimento, voltei a estabelecer os tais pré-requisitos errados, julgando que estavam certos.
Veio de lá a Vida e com toda  a sua paciência fez-me  a vontade. Tinha que passar por uma lição, para finalmente ver que estava errada.
Hoje sei o que é mesmo importante, pelo que estou pronta para fazer as minhas escolhas. Quando alguma dúvida surge, olho para dentro e lá está a intuição a dizer-me: Estás no caminho certo!
Aprendi que para se ser Feliz, não é necessário ter tudo. Aliás para se ser Feliz, precisamos aprender a escolher aquilo que é realmente  importante.
Precisamos gostar de nós, porque se gostarmos muito, nunca ficaremos tristes se não tivermos outra companhia a não ser a nossa.
Precisamos aprender a silenciar a nossa mente e a ficarmos despertos e completamente presentes de olhos, ouvidos e coração. 
Precisamos manter a capacidade de amar, quer seja em geral, quer em particular.
Hoje posso dizer que atingi um estádio que jamais julguei alcançar. 
Sinto-me Feliz com ou sem motivo, ou por todos os motivos juntos.
Estou bem quando estou comigo mesma e fico Feliz quando estou com as pessoas de quem gosto, com aqueles a quem amo, quando me delicio a ouvir uma música,  a ler um livro ou simplesmente  a contemplar as belezas que me cercam. 
Fico Feliz quando partilho o amor que existe dentro de mim e quando esse amor volta duplicado. 
Quando me deito e me despeço do dia, chego a pensar que se não voltasse a acordar, já tinha valido a pena, porque já tinha descoberto a fórmula mágica para alcançar um estado de bem-estar e tinha tido o privilégio de a ter podido utilizar durante um tempo.
Mas claro que desejo continuar por cá, para a proveitar cada uma das pequenas coisas que a Vida colocar no meu caminho! 
Tem sido um tempo de descobertas! Primeiro descobri-me  a mim mesma e depois comecei a descobrir capacidades que eu julgava não ter e bençãos que eu jamais julguei receber.
Tenho 56 anos, mas em grande parte do tempo sinto-me sem idade. Sinto-me leve, viva, em paz com tudo e com todos, sinto alegria dentro de peito... Enfim, sinto uma imensa Felicidade que vem de dentro para fora e que se pode manter ou até aumentar, quando de fora só chegam coisas boas...Se alguma coisa menos boa acontecer, claro que ficarei triste, mas espero manter a minha paz e procurarei olhar essa situação pelo ângulo positivo...